A aranha do meu destino
Faz teias de eu não pensar.
Não soube o que era
Sou
É que a teia, de espalhada
Apanhou-me o querer ir...
Sou uma vida baloiçada
Na consciência de existir.
A aranha da minha sorte
Faz teia de muro a muro...
Sou presa do meu suporte.
Fernando Pessoa, Poesias inéditas
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