O bebé de Pedro, Carlos Eduardo, estava junto do avô. Pedro, meio enlouquecido, disse para o pai que o melhor é ir para muito longe, talvez para a América.
O estado do filho sobressalta o velho pai que tentou acalmá-lo.
- Sim, mais tarde, depois pensarás nisso, filho – disse o velho assustado.
Estava na hora do jantar, o pai quis que fossem para a mesa. Não havia motivo para não jantarem.
Carlos, já impaciente com a insistência do pai, repetiu:
- Vá jantar, meu pai, vá jantar, pelo amor de Deus…
Saiu. O pai ouviu-lhe os passos no andar de cima, e o barulho das janelas violentamente abertas. Afonso sentou-se à mesa só, tomou uma colher de sopa, depois foi sentar-se na poltrona junto do fogão.
O pai, já inquieto, subiu ao quarto do filho; estava tudo negro e silencioso. Pedro, completamente enregelado, chorava. O pai quis consolá-lo, mas Pedro não consentiu, afastou-se, impaciente com aquela ternura do pai.
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