Pedro escrevia-lhe todos os dias duas cartas em seis folhas de papel – fazia-lhe poemas desordenados que ia compor para o Marrare. Se algum amigo vinha à porta do café perguntar por Pedro da Maia, os criados logo respondiam:
- O Sr. Pedro? Está a escrever à menina.
Os velhos amigos de Afonso da Maia que vinham fazer o seu joguinho de cartas a Benfica, sobretudo o Vilaça, o administrador dos Maias, não tardaram em lhe contar daqueles amores do Pedrinho pela Maria Monforte. Afonso já suspeitava da existência desses amores pois via todos os dias um criado da quinta partir com um grande ramo das melhores camélias do jardim; todas as manhãs cedo encontrava no corredor o criado, dirigindo-se ao quarto do menino, a cheirar regaladamente o perfume de um envelope com sinete de lacre dourado.
Mas Afonso ignorava o nome e a maneira de viver dos Monfortes, porém, devido às coisas que os amigos iam contando sobre essa família, Afonso da Maia estava contrariado com aquela paixão do filho.
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