No verão, Pedro partiu para Sintra; Afonso soube que os Monfortes tinham lá alugado uma casa. Dias depois o Vilaça apareceu em Benfica, muito preocupado: na véspera Pedro visitara-o no cartório, pedira-lhe informações sobre as suas propriedades, sobre o meio de levantar dinheiro. Ele dissera que em Setembro, chegando à sua maioridade, tinha direito à herança da mamã…
- Mas porquê, Vilaça? O rapaz quererá dinheiro, quererá dar presentes à rapariga… O amor é um luxo caro, Vilaça.
- Deus queira que seja isso, senhor Afonso, Deus o ouça!
Dias depois, Afonso da Maia viu Maria Monforte. Tinha jantado na quinta do Sequeira ao pé de Queluz, e tomavam ambos o seu café no mirante, quando entrou pelo caminho estreito a caleche azul. Maria, abrigada sob uma sombrinha escarlate, trazia um vestido cor-de-rosa cuja roda, toda em folhos, quase cobria os joelhos de Pedro, sentado a seu lado. As fitas do seu chapéu, apertadas num grande laço eram também cor-de-rosa, e a sua face era adorável, os olhos, de um azul sombrio eram luminosos.
- Caramba! É bonita!
Afonso não respondeu.
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