12º H : "sempre na lua"

                                                                                                     

A vida de Afonso da Maia, em Inglaterra, na companhia de sua mulher, Maria Eduarda Runa



Afonso da Maia estudou literatura inglesa; interessou-se pela cultura, por cavalos, pela prática da caridade; - e pensava com prazer em ficar ali para sempre naquela paz e naquela ordem.

Mas Afonso percebia que sua mulher não era feliz. Estava quase sempre pensativa e triste, tossia sempre pelas salas. À noite sentava-se junto do fogão, suspirava e ficava calada…

Pobre senhora! A nostalgia do país, da parentela, das igrejas, fazia com que ela ficasse cada dia mais doente. Ela era uma verdadeira lisboeta, pequenina e trigueira, sem se queixar e sorrindo timidamente, odiava, desde a sua chegada a Inglaterra, aquela língua estranha, aquelas pessoas com outra religião. Ela, só à noite, indo refugiar-se no sótão com as criadas portuguesas, podia rezar o terço.

Odiando tudo o que era inglês, não consentira que seu filho, o Pedrinho, fosse estudar para o colégio de Richmond. Afonso, para a tranquilizar, dizia-lhe que o colégio era católico, mas a pobre senhora não acreditou e mandou vir de Lisboa o padre Vasques.

Às vezes, Afonso interrompia as lições do padre e agarrava na mão do Pedrinho para o levar, para correr com ele junto ao rio Tamisa. Mas a mamã vinha logo a correr, cheia de terror, para embrulhar o menino numa grande manta. Pedro, quando estava na rua, como estava acostumado ao colo das criadas e aos mimos da mamã, tinha medo do vento e das árvores. O pai ficava pensativo e triste por ver a fraqueza do filho…








<< Home

Archives

outubro 2005   novembro 2005   janeiro 2006   fevereiro 2006   março 2006   abril 2006   setembro 2006   outubro 2006   novembro 2006   dezembro 2006   janeiro 2007   abril 2007  

This page is powered by Blogger. Isn't yours?