12º H : "sempre na lua"

                                                                                                     

AFONSO DA MAIA

Afonso era um pouco baixo, maciço, de ombros quadrados e fortes: e com a sua face larga de nariz aquilino, a pele corada, quase vermelha, o cabelo branco todo cortado à escovinha, e a barba de neve aguda e longa – lembrava, como dizia Carlos, um herói dos tempos antigos.

Afonso amava os livros, a comodidade da sua poltrona, o seu jogo de cartas ao canto do fogão.

Vilaça vinha encontrá-lo muitas vezes ao canto da chaminé, sereno, risonho, com um livro na mão e o seu gato aos pés. Este pesado e enorme angorá, branco com malhas louras, era agora (desde a morte de «Tobias», o soberbo cão são-bernardo) o fiel companheiro de Afonso. Tinha nascido em Santa Olávia, e recebera o nome de «Bonifácio», depois, ao chegar à idade do amor e da caça, fora-lhe dado o apelido de «D. Bonifácio de Calatrava». Agora, dorminhoco e obeso, entrara definitivamente no descanso próprio das grandes figuras eclesiásticas, e era chamado por «Reverendo Bonifácio»…






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