Afonso da Maia e a mulher, Maria Eduarda Runa, regressam a Portugal e vão viver para a casa de Benfica.
O Pedrinho estava quase um homem. Era pequenino e nervoso como a mãe; a sua linda face oval de um trigueiro suave, dois olhos maravilhosos e irresistíveis, prontos sempre a choramingar, faziam-no assemelhar a um árabe. Crescera sem curiosidades, indiferente a brinquedos, a flores, a livros. Era em tudo um fraco; tinha crises de melancolia, que o traziam dias e dias mudo, murcho, amarelo, com as olheiras fundas como se fosse já um velho. O seu único sentimento vivo, intenso, era o da sua paixão pela mãe.
Afonso tinha querido mandar o filho estudar para Coimbra, mas a pobre da mãe pusera-se de joelhos diante de Afonso, balbuciando e tremendo: e ele, mais uma vez, lá cedeu perante as súplicas daquelas mãos de mãe, cedeu perante as lágrimas que caiam quatro a quatro pela face da pobre senhora. Pedro continuou em Benfica, dando lentos passeios a cavalo, com o criado fardado sempre a acompanhá-lo.
Quando a mãe morreu, Pedro teve uma dor tremenda. Durante muitos meses, vestido todo de negro, apenas saía para ir visitar a sepultura da mamã…
Esta dor exagerada cessou por fim; e sucedeu-lhe, quase sem transição, um período de vida turbulenta, cheia de estroinice,
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